TRADUTOR

terça-feira, 22 de julho de 2014



 


Um estudioso da Bíblia entra na cozinha de um amigo e vê um imã fixando um plano de dieta na porta da geladeira. O plano diz: “’Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês’, diz o Senhor, ‘planos de fazê-los prosperar e não de lhes causar dano, planos de dar-lhes esperança e um futuro’” (Jr 29.11 NVI). Esse amigo em dieta está interpretando a Bíblia corretamente? O primeiro princípio da interpretação é “leia contextualmente”. O estudioso da Bíblia pensa consigo mesmo: “Ele sabe que Jeremias falava aos líderes de Israel que estavam no exílio na Babilônia? Que uma palavra falada à nação de Israel não é necessariamente uma promessa pessoal a cristãos individuais?” O estudioso se preocupa: “Meu amigo pensa que Deus prometeu prosperá-lo através desse plano de dieta?” Ou o treinamento do estudioso o deixou louco? “Talvez meu amigo simplesmente queira lembrar que Deus é por seu povo”, o estudioso pensa, “inclusive por ele mesmo”.

Nós confessamos que a Bíblia é a Palavra de Deus, mas a menos que a leiamos e a interpretemos apropriadamente, nossa confissão é uma mera formalidade. Uma exegese bíblica correta é essencial se esperamos conhecer e agir a partir da verdade bíblica. Uma interpretação correta possui dois elementos: o técnico e o pessoal. Do lado técnico, devemos ler a Bíblia de acordo com a gramática e o léxico da época. Não é suficiente saber o que palavras como carne, aliança, juiz, talento, escravo ou justificação significam hoje; nós devemos saber o que elas significavam naquela época. Em segundo lugar, devemos ler o texto em seus contextos literário e cultural.

A frequente ordenança “saudai uns aos outros com ósculo santo” (Rm 16.16; 1Co 16.20; 2Co 13.12; 1Ts 5.26; 1Pe 5.14) ilustra ambos os princípios. No ocidente, nós ingenuamente assumimos que esse beijo é algo para pessoas do primeiro século fazerem, mas não para nós. Mas não podemos simplesmente desconsiderar uma ordenança; nós devemos investigar. Quando fazemos isso, descobrimos que o “beijo” se tratava de um toque ritual de bochechas, não de lábios, e que era sempre de homem para homem ou de mulher para mulher, não de homem para mulher. Culturalmente, o beijo demonstrava amizade, afinidade e afeição. Portanto, para obedecer a ordenança em nossa cultura, nós avaliamos como nós demonstramos lealdade e afeição, e praticamos isso. A exegese correta descobre que o beijo em si não é a preocupação de Paulo. Ao invés disso, ele deseja que os crentes demonstrem lealdade e afeição de forma que possam adequar-se a cada cultura.

Leitores sérios possuem uma pergunta tríplice a respeito da interpretação bíblica: o que significava o que significa e como isso se aplica? A pergunta é ainda mais urgente quando discípulos perguntam: quando eu interpreto uma afirmação literalmente e quando eu a interpreto de forma figurada? Quando devemos obedecer a uma ordenança literalmente e quando não devemos? Nós respondemos essas questões estudando uma passagem em seu contexto cultural.

Por: Daniel Doriani. Extraído do site www.ligonier.org. © 2013 Ligonier Ministries. Original: The Importance of Sound Exegesis

 

quinta-feira, 10 de julho de 2014

O DEUS DA MULTIFORME GRAÇA


                        O Deus de Diversas Excelências
 
Uma das coisas que eu tenho constantemente tentado fazer como pastor é reunir aparentes opostos que não precisam ser opostos. Não quero que sejamos uma igreja desigual que excele em um tipo de virtude às custas de outras virtudes.

Obviamente, não seremos capazes de fazer todas as coisas igualmente bem como igreja, assim como não se pode fazer todas as coisas igualmente bem como indivíduo. mas minha esperança é que a University Reformed Church possa ser marcada por diversas excelências: graça e verdade, precisão lógica e paixão benevolente, pensamento cuidadoso e sentimento compassivo, forte teologia e amor afetuoso, liberdade cristã e disciplina espiritual, cuidado congregacional e evangelismo comprometido, apreciação por empresários e empreendedores e apoio à justiça social, interesse em evangelismo local e interesse em missões mundiais, excelência sem elitismo, unidade sem uniformidade, diversidade sem infidelidade doutrinária, ambição sem arrogância e contentamento sem complacência.

A razão pela qual queremos ser uma igreja de diversas excelências é porque Deus é um Deus de diversas excelências. Ele é soberano, poderoso, onisciente e santo. E ele é misericordioso, paciente, sábio e amoroso. Se somos uma igreja com virtudes desiguais, não refletiremos o caráter de Deus que é perfeito em todos os seus caminhos.

Nem refletiremos Jesus. Você quer saber por que teologia é importante? É importante porque nós nos tornamos aquilo que adoramos. Portanto, precisamos saber como Deus é e como Jesus é. Se temos um Senhor desigual, nos tornamos cristãos desiguais. Precisamos conhecer Jesus Cristo tanto como Leão quanto como Cordeiro.

O Jesus semelhante a um Leão em Mateus 23 que disse: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque rodeais o mar e a terra para fazer um prosélito; e, uma vez feito, o tornais filho do inferno duas vezes mais do que vós!” é o mesmo Jesus semelhante a um Cordeiro em Mateus 25 que disse: “Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes”.

E o Jesus semelhante a um Cordeiro em Mateus 27 que clamou: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” é o mesmo Jesus semelhante a um Leão em Mateus 28 que declarou: “Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra”. Nós precisamos adorar Jesus por todas as suas diversas excelências.

Isso significa que, como crentes, devemos ser deliberados e diligentes em conhecer, estimar, imitar e descansar em cada faceta da glória de Cristo. Se você é especialmente atraído pela força de Jesus, seu comprometimento obstinado com a Palavra de Deus e seu inefável poder, então tire um tempo para meditar na misericórdia de Jesus, em sua identificação com forasteiros e seu inefável sofrimento. E se você é atraído a Jesus como seu melhor amigo, confidente e consolador, certifique-se de adorá-lo reverentemente como seu Rei, Senhor e Justo Juiz.

E se você ainda não conhece a Deus ou ainda está se familiarizando com Cristo, considere o seguinte: Um Deus que é apenas um leão ou apenas um cordeiro é apenas meio Deus. Você se machuca e sofre, então precisa de mais que um Rei para governar sobre você. Mas você também precisa de sabedoria e direção, então você precisa de mais do que uma mão carinhosa para consolá-lo. Você peca, então você precisa de um Cordeiro para carregar a culpa que você sente e a punição que você merece. Você luta, então precisa de um Leão que possa devorar o mal que trabalha dentro de você e o mal que trabalha contra você.

O que há de bom em um Deus semelhante a um Leão se ele não resolve a questão do pecado e se ele governa apenas através do seu rugido?

O que há de bom em um Deus semelhante a um Cordeiro se ele não triunfa sobre o sofrimento e lida com as injustiças do universo?

Jesus está chamando. Você ouve a sua voz? Não há voz como a dele. Só em Jesus Cristo você encontrará um Deus que é tanto um forte Leão quanto Cordeiro morto. Só nele você encontrará um Deus de tantas lindas e diversas excelências.
 
Postado em 09/07/2014 sob Artigo,Atributos de Deus, Igreja,Kevin DeYoung


 

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